28 de jul. de 2011

A loucura

A fila media cerca de alguns metros, aparentemente um rebanho. Digo um rebanho, não para os cidadãos ali presentes e sim para o pastor. O temível pastor do Terminal.

Uma espécie de cerimônia, a última de um desespero acumulado por décadas. Vestido elegantemente e munido da bíblia, o senhor de terno tentava salvar almas. Uma fila de infiéis, deveria assim concluir.

Infiéis risonhos e desleixados. Portanto, um pastor nada temível para a maioria. Mas quem castiga é Deus, talvez ele diria. O dia do julgamento vai chegar. Lá vêm eles, os sussurros no ambiente, e o louco do Terminal.

Senti até culpa, através das palavras proferidas com veemência. Eu, um pecador. Rápidos segundos de culpa. Já, já se foram. E ele, um louco, assim entendia a maioria. Mas, pensando bem, para ele os loucos somos nós. Loucos por não aceitar o Deus verdadeiro, por rir de suas palavras.

Ah! Todo mundo é louco então.

Um comentário:

  1. Nessa vida, tudo mundo tem um pouco de louco! Mas, seu texto, esse sim, é sensato é coerente, nada de louco.

    Adorei; abração.

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