26 de dez. de 2009

É a vida! (24)

Na noite tempestuosa e nebulosa, corre o índio fugitivo, caçado por matar sem motivo algum. O ciúme é a faísca que acende o rio de combustível da fúria, fez-se o desequilíbrio entre o bem e o mau, sombras mais tenebrosas que noite sem luar cobrem o coração e permeiam as atitudes de Apuã.

Corre e depara-se com ruídos nos arbustos. Pega sua lança e prepara-se para deferir o golpe no vulto entre a mata, entretanto, olha mais atentamente e reconhece o ente querido.

- Não machuque sua mãe de criação, Apuã. Venho lhe trazer conhecimento do passado, pequena criança.

Ataia pegou a bolsinha que guardara durante muito tempo, entregou-a para Apuã.

- Aqui está tudo o que precisa saber sobre seu passado, vá em busca de alguém que possa ler estes escritos para ti.

A índia velha desaparece dentro da mata, ágil para sua idade e com o coração amendontrado pelo seu filho querido.

- Que diabos o passado me reservou, mãe natureza? E o futuro, o que me trará?

O raio de sol penetra no vapor de água sob a folhagem das plantas. O índio corre em direção às grandes construções, montanhas altas e retangulares.

23 de dez. de 2009

Comentário (3)

Os ares de uma casa na praia são mais amenos do que os de um apartamento no centro, são dotados de calmaria e de um estilo incomum. Não há lugar melhor para se passar férias do que em um bairro isolado e calmo, resplandece um ar de tranqüilidade e relaxamento. Quando estamos em um ambiente conturbado parece que compartilhamos dos problemas das pessoas, também nos alimentamos de suas preocupações... É só nos isolarmos de tudo isso e sentimos o clima ficar leve e bucólico, receptivo para com nosso prazer de ócio e diversão. É  bom ter silêncio para dormir, não é completo graças às cantigas dos insetos, porém são como música para dormir, doces e naturais, muito diferente de pessoas gritando enquanto bebem em bares, talvez com o intuito de matar o strees, em vão.

Pela manhã os pássaros anunciam o novo dia enquanto acordamos ao som de seus cantos, e então percebemos que não aproveitamos as pequenas belezas oferecidas pela vida...

21 de dez. de 2009

É a vida! (23)

Apuã avistou um pedaço de madeira fincada na terra seca e correu em sua direção. Com muita força bruta e técnica, quebrou a madeira de maneira que uma de suas pontas ficasse extremamente afiada, fabricou-se a arma.

Correu em direção ao adversário com a força de um leão e a destreza de uma lebre, arremessou o instrumento de batalha com precisão, delicadeza e fúria. A tosca lança cortou o ar como se estivesse no vácuo, parecia possuir velocidade sobrenatural. O alvo observou o ato estático, sentiu a pressão em seu peito e contemplou a dor de ter seu coração cheio de paixão dilacerado pelo tosco e improvisado armamento. Voou 10 metros e seu corpo ficou pendurado em uma árvore, o sangue jorrava misturando-se às águas riacho.

Água tingida de sangue, ciúme saciado e sorriso de vencedor.