16 de mar. de 2012

Individual, apenas o tal

Barquinho frouxo. Quisera encontrar nos outros combustível para seus dias. Foi retribuído com más indagações, pontapés e chacotas. Imaginou não desistir, mas chorou. Relutou em não abrir mão, e mesmo assim, entregou-se aos lamentos.

"Barcos de papel", disse. "Navegam até ficarem completamente encharcados e afundam", completou. Há de adquirir ferramentas, assim estipulou. E então, uma carcaça de aço improvisou.

Por cima de tudo passou. Os mares cortou e o gelo partiu. Uma volta ao mundo, mapas e marcações. Tudo conhece, tudo domina. Movido pelo ego, vai-se embora.


11 de mar. de 2012

A névoa

Além da ameaça de  chuva há dois dias, religiosos fanáticos destruíram a praça aqui perto. Também não obstante o fato dos móveis da casa envelhecerem lentamente e, do mesmo modo, pessoas são desgastadas por simpatias de mal gosto, aos poucos.

Chuva não seria tão ruim, aliás, está atrasada. Mais água e menos fanáticos. Sem lixo na praça, apenas orvalho da garoa. A torcida é para que essas pessoas odeiem roupas molhadas.

Móveis envelhecem, mas não tão rápido. Basta cuidado. Assim, também devemos zelar por nossos queridos conhecidos. Quando às simpatias, não adianta reza ou medidas lúcidas. É necessário desbravar a névoa escura.