4 de dez. de 2009

Espero ainda ter público

Creio que tudo o que escrevo deve apresentar um conteúdo extremamente pobre. Sismei em escrever neste bendito blog pelo menos uma vez por dia, isso talvez deixe os textos estúpidos. De qualquer maneira, me considero um mau escritor. Sou um amador e experimento toscas técnicas para escrever. Deves estranhar tudo o que escrevo por aqui, talvez eu ponha vírgulas demais, talvez eu tenha idéias absurdas ou escreva estranhamente mal. Bem, se estiveres ainda lendo esse texto é porque algo está lhe chamando a atenção. Troféu para mim! Talvez eu o tenha obrigado a ler este texto ou talvez você esteja super curioso para saber o final desta abobrinha. Quero reforçar: esta abobrinha é o começo de inúmeras abobrinhas. Bem, para quem eu realmente estou escrevendo? Para pessoas que não tem nada o que fazer e ficam lendo coisas alheias, curiosos para com minha pessoa, exploradores de maus talentos, psicopatas? Ah! Espero ter algum público, qualquer tipo que seja, ainda tenho esperanças. Tu estais lendo este pedaço de inutilidade? Deves estar achando graça, rindo ou surpreso. Não ligo a mínima, só lhe peço uma coisa: passe por aqui de vez em quando, de vez em nunca também serve, para sacudir as teias de aranha. Obrigado pela generosa atenção.

3 de dez. de 2009

Earth? (5)

Por que um jovem se entregaria a um movimento suicida? A resposta é breve e simplória: sempre há um Líder fora do comum. Um rapaz alto, de terno branco, cabelos loiros e olhos azuis. Não é um artista de Hollywood, muito menos modelo ou algo parecido; é simplesmente um agitador sem vergonha alguma. Sem vergonha, porém muito astuto e inteligente, convenhamos. É um patrício muito oportunista, os subordinados sabiam, porém era uma arma poderosa, dotada de carisma popular. Estrategista, diplomata, general... Não havia habilidade a qual o alemãozinho não dominasse. Não era covarde, sempre estava lá no campo de batalha, na frente, sempre voltava vivo e vitorioso. Heroí... Espertamente virou lenda e quando uma lenda é criada esta tem apoio até sobrenatural.

- Vamos vomitar o lixo que comemos no colo de um colarinho branco! Peguem suas armas! Hoje jantaremos em uma mansão bem bacana!

Tinha uma equipe muito bem organizada. Todos vieram de uma universidade muito bem conceituada. Queriam ganhar o governo de seu país, que jeito melhor de fazer isso do que organizando o povo esfomeado?

- Bixo com fome luta até desarmado! É só oferecer alguma ração!

Que tipo de autocracia tem Universidades?

2 de dez. de 2009

Histórias reais são ficções plausíveis

Juca acordou cedo, como de costume, e logo foi ao encontro do vizinho para saber das novidades. Seu Raimundo sempre ia de madrugada à cidade levar suprimentos para a feirinha, saia de lá com todo tipo de novidade e oportunidades de bicos.

- Ôôô... Seu Raimundo!

Fez-se a comunicação, breve e perfeitamente compreendida. O convento precisava de manutenção em sua calha de alumínio, Juca faria o trabalho nesta mesma tarde.
Nosso amigo é um sujeito simpático, muito religioso, filho de pais demasiadamente católicos. Ficara honrado em poder prestar trabalho em favor do catolicismo.

Após o almoço, correu para a carroça e saiu em disparada para o trabalho. Lembrou o caminho para o convento, o qual percorreu muitos anos atrás com a mãe, quando fora visitar uma irmã que dedicava sua vida à Deus. Chegou cedo, conversou com padre Jucelino sobre o serviço, comprimentou as freiras que o olhavam assustadas das janelas barrocas, tomou água fresca do poço e preparou as ferramentas. A calha estava lá encima, muda e cinza.

Subiu e foi de encontro à antiga tubulação. Percebeu que estava entupida e pensou: "tenho que alertar ao padre para não jogar lixo nas tubulações". Pegou um instrumento tosco para desentupir parte da calha. Foi relativamente fácil, até o momento em que ele olhou para o entulho o qual obstruía a passagem da água extremamente escura.

Certos acontecimentos nos fazem desacreditar de coisas que norteiam severamente nossas vidas. Certas circunstâncias, que poderiam ser evitadas, nos entrelaçam com esses acontecimentos.

A água extremamente porca não era tão suja quanto o segredo que rondava aquelas paredes antigas do convento, na cidadezinha pacata de algum estado nordestino. Vestígios de nova vida eram enterrados na água suja da calha de alumínio, em um lugar que não era qualquer lugar. Pecados ocultos.

Juca tirou suas próprias conclusões. Eu também.

Juca não ficou muito satisfeito, e eu - já não sei em que acreditar.

1 de dez. de 2009

Earth? (4)

O céu já não conhecia há anos uma manhã ensolarada, de firmamento límpido e azulado. A natureza que agoniza nas terras devastadas espera o tempo de morrer, entrar em extinção não é opção em tempos caóticos. A pouca terra que ainda respira verde é devastada por guerras violentas, as quais tentam eleger um proprietário para os últimos recursos naturais utilizáveis. Nas ruas não se vê mais cachorros em busca de migalhas do almoço de horas atrás, estes são a fonte de proteína viável no momento - caçados como raridade gastronômica. Canibalismo não é atrocidade, é sobrevivência. O homem se tornou lobo do homem, caçador de sua própria espécie; seja matando para conquistar terras férteis, seja matando para conseguir carcaças humanas extremamente energéticas.

A relação explorador e explorado reina absolutamente normal em tempos de crise. Não há compaixão para com o irmão desprovido de oportunidade financeira. Destruir o planeta com a ganância capitalista não é suficiente para os bem aventurados empreendedores: é necessário usufruir da última gota de energia da escória pobre, herdeira do sofrimento oriundo do capitalismo selvagem - exploração indiscriminada da natureza e do semelhante mais fraco.

A revolta sempre avança quando se há alguém suficientemente idealista na frente de batalha. Grandes pensadores surgem de localidades com excessivo desprestígio humano e financeiro, ou simplesmente migram de 'universidades' para o meio conflituoso, com o intuito de tirar proveito do sofrimento dos outros. Idéias simples, tentadoras e moldadas nas esperanças dos explorados são sempre bem vistas por oportunistas revolucionários.

E então... A luz acabou!


Este texto, de minha autoria, foi originalmente postado no blog "Vomitei, Postei!".


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E então... A luz acabou!


Um noite normal, cheia de pessoas nas ruas, planos individuais, encontros amorosos, festas, passeios e conversa mole na sorveteria.


Chegando em casa percebi  a queda de energia, luzes fracas, quase que mortas, sinais de trânsito apagados e alguns estabelecimentos na escuridão. Elevador parado - se eu estivesse alguns minutos mais adiantado provavelmente dormiria contemplando o teto da cabine do elevador, com um ar extremamente abafado e um calor infernal.


Abri a porta do apartamento, ainda havia energia, a qual parecia querer ir embora. E realmente foi... apagou! Escuridão, trevas, apagão, blecaute!


Galera gritando, galera irada! A vida noturna repentinamente interrompida e seus frequentadores confusos e enraivecidos.


- Peeeeedro! Cadê minha energia? - gritou alguém.


Multidão nas varandas, a escuridão da rua se transformou em ponto turístico. Pessoas lá embaixo desorientadas e perdidas. A luz do luar tentava competir com as trevas da noite.


"Yes! O notebook tem bateria!". Fui desvendar o motivo da escuridão... Itaipu? Vários Estados sem luz? A bateria se esvaindo e eu me divertindo em desvendar o mistério do sumiço da energia...


- A galera quando fica sem luz fica muito mais barulhenta...


Murmurinhos vindos da rua, conversas entre varandas, galera gritando e se divertindo com a escuridão...


- Apagão! A culpa é de LULA! - gritou outro.


Desisti de fazer trabalhos e de estudar, estava cansado e o pouco que me restava da bateria não me levaria longe em meus trabalhos acadêmicos. Fui dormir, deitei porém perdi o sono por alguns minutos.


A energia volta, mágica!


- CERVEJA! CERVEJA! CERVEJA! - gritou a galera lá embaixo.


Adormeci logo em seguida.

30 de nov. de 2009

Vertical...

A queda é longa e divertida. Pode-se ver a pequena cidadezinha, a floresta, a indústria de calçados do senhor Tomé. Aos pouco a distância diminui e o impacto é uma realidade iminente. Espatifa-se em diversas partes, transforma-se em pedaço do solo árido marcado pelas pegadas da crianças da escola primária. Perde parte de suas forças para energizar a vitalidade perdida das matas, outra parte se esconde nas entranhas da terra sofrida.

Tomé estoca um pouco da energia, sorri ao olhar para o céu e agradece pelo dádiva concebida. As crianças da escola correm para fora e a professora realiza uma aula a qual elas nunca esquecerão.

A energia da estrela sol leva parte da força para o céu. Sobe com entusiasmo, em direção ao céu infinito de tonalidades em azul, na esperança de reaver a sua energia perdida. Aglutina na imensidão no céu formando a nova carga esperança que agraciará as terras áridas de nossos campos degradados.


Earth? (3)

Pontos luminosos cruzam o espaço na esperança de encontrar novos lares. Quando a situação é tensa, a tecnologia sempre dá seus saltos mirabolantes. Entretanto, tudo tem por trás um interesse econômico, essa é a regra número um do capitalismo . Quando o mercado consumidor se limita drasticamente e as empresas estão escassas, o sistema de capital sempre arranja uma maneira de se sobressair. Idéias engenhosas que se constroem nas costas dos explorados. A raça humana cresce em ciência e descresse em humanidade, essa é a regra número dois.

Apesar de tudo, quem é explorado sempre se revolta um dia... Todos querem crescer, aí está a regra número três.


29 de nov. de 2009

Algo em que acreditar...

Ruas lotadas de Igrejas e estas amarrotadas de fiéis. Nunca se procurou tanta religião, nunca se criou tanta religião. Chegamos nos tempos da crise existencialista humana, em que este quer se livrar das pragas da vida moderna... Onde buscar a saída para tanta informação, responsabilidade e estresse mundano? A religião é a solução. Dogmas imutáveis, regras, pensamento direcionado. A Igreja oferece conforto para a alma humana... Esperança, perseverança, sonho, algo em que acreditar - tudo o que as pessoas necessitam para sobreviver no caos apocalíptico dos anos 2000. O mundo está perdido? Encontre uma religião, faça suas preces, aguarde pela benção tão desejada. Um dia ela virá! Quem sabe?

Nos desligamos da confusão lá de fora e mergulhamos no mistério das crenças existentes em nossas almas. A Igreja se revela como um escudo para os ataques das doenças da vida contemporânea. Sem religião o que seria do homem? Precisamos acreditar em algo que possa nos salvar...