19 de nov. de 2011

A mãe, a humanidade e uma raça superior

Gravidez deve ser desconfortável. Encarei uma gestante por alguns instantes, jurei por uns vintes segundos observar um semblante de agonia e desespero. Fui desmentido ao flagrar um carinho na barriga, acrescido de um olhar dotado de ternura. Dei graças por estar errado. Concluí que algumas coisas valem muito a pena apesar de certos sacrifícios.

Esse amor ao próximo, não o chamaria de "ato de humanidade". Pois humano, em minha concepção não usual, significa ser bom e mau ao mesmo tempo. E, na maioria das vezes, e realmente, seria  conviver e aturar desequilíbrios entre mau e bom. Então, ser humano pode ser muito mau, ou, do mesmo jeito, muito bom. Porém, por aí reina uma grande tendência ao lado malvado.

Assim dizendo, chamaria o bendito "amor ao próximo" de atitude de solidariedade. Consequência de uma sociedade solidária, e não humana. Ainda, desvincularia de qualquer prefixo relacionado ao homem essas atitudes espontâneas, desinteressadas e amorosas. Pois, diria, pertencem a algo muito melhor, evoluído e civilizado que a humanidade, a própria.

Entretanto, nem todo amor é incondicional como o de uma mãe por seu filho.

15 de nov. de 2011

Autoajuda

(alguém lamentando relacionamentos)

- Vou lhe dar a solução do seu problema...

(segundos depois)

- Observe. Meu punho direito é o número um, o esquerdo é conhecido como dois. Quando um vai de encontro ao dois, o dois é repelido. Quando dois vai de encontro ao um, o um se afasta. Assim, um nunca encontra dois. Quando a ação de junção é desejada, alguém é contrário. Não entenda como lei, aceite como fato aleatório e algumas vezes verídico. Simplificando, quero dizer que não é totalmente verdade, pois não tenho como provar de maneira convincente. Mas pode ser, assim como muita coisa na vida acontece de maneira inesperada. Solucionando, o dois e um devem permanecer em inércia. Então, por acaso, dois e um andam em direção de colisão, sem mais nem menos. Acontecendo isso, é certo dar certo. Simples.

(segundos depois)

- Como?

13 de nov. de 2011

Pouco metódico

Sem graça este local, uma mistura de quatro cores intercaladas por letras. Mais agradável é o vento lá fora, os cachorros na calçada e as acerolas prontinhas para saborear. Aqui, a situação é esteticamente deplorável, porém séria. Diria até mais saudável.

Saudações ao meus pensamentos, aqueles que por aqui aparecem. Pois, assim, poderei saborear as acerolas, curtir os cachorros e sentir o vento. Despreocupar e me concentrar. Esvaziar a mente, e isso não está na moda. Incomum, e faz muito bem. Aliás, nem tudo da moda é bom.

Investi erroneamente em alguns fatos. Não percebi os resultados esperados, muito menos avanços relevantes. Talvez fossem duas ou três situações em que trabalhava. Todas falharam. Portanto, pensei no fracasso. E preferi acreditar em escolhas erradas. Agora deixarei as certas me encontrarem.

Então, de volta ao zero de expectativas. Disse, algum dia, que a bendita expectativa é melhor que a concretização do fato. Pois, assim vive-se de sonho, e enquanto assim o é, perfeito me parece. Quisera viver de ilusões por muito tempo, mas descobri que até mesmo o fracasso torna-se necessário. Pois, assim, abrem-se portas para outras expectativas. Estas talvez concretizadas e, por sorte, permanecendo idênticas aos sonhos. Duas ou três é melhor que uma.

Voltemos as acerolas, pois já existem e são doces. O vento se revela ao derrubar as frutinhas maduras, e os cachorros as abocanham com sagacidade, ainda em queda livre.