5 de set. de 2011

Na ponte que cruza o arco-íris, lá reside o ouro

Encontrei pessoas em passos vagarosos, esbarrei em algumas e, após mencionar desculpas, fui ignorado e segui andando. Ganhei alguns goles de intriga momentânea e conclusões através de uma indigestão rotineira.

Encarei indivíduos com celulares em mãos. Percebi não estar exatamente encarando haja vista a ausência do cruzamento entre olhares, pois, não sendo o ato reconhecido e documentado, ele não existe. Depois peguei-me mergulhado em meu  próprio aparelho. Por  demais assustado e pensativo, confinei-o ao bolso e andei para um lugar qualquer.

Caminhando, aderi ao fato de que desisti de acreditar na pontualidade. Parece que ser pontual tornou-se anormalidade e, mesmo assim, acho que permanecerei na anormalidade.

Mais tarde, passaram pelos meus ouvidos uma variedade de quatro assuntos, os mesmos de duas semanas atrás, talvez dos últimos dois meses. Então bocejei e lembrei que o faço bastante atualmente. Concluí não estar cansado, relembrando minha boa noite de sono, e algo mais.

Acho que hoje, quase que certo, contarei os carros que passarão pela terceira ponte após às onze da noite. Será estranhamente estimulante. Estímulo que pretendo usar, assim desejo, para encontrar palavras menos desgostosas acerca do mundo.

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