6 de nov. de 2011

O ingênuo fato da certeza

Em direção ao destino diário, aquele rotineiro e no qual se executa atividades ainda mais rotineiras, observa-se a irregularidade dos paralelepípedos no solo (a situação de olhar para o chão, caminhando de maneira às cegas, consiste no fato de que o sol ofusca a visão ao se olhar horizontalmente).

Padrão irregular, diria defeituoso e relutante em ser harmônico (obviamente uma visão particular). Basta um olhar não muito atento, uma espiada no espelho pela manhã (o ritual de lavar a face), as plantas nas ruas (balançar das folhas), o vento levando o pó e outros. Fora do padrão. Para o indivíduo em questão, desarmonia.

Alguém que se vê perfeito, ou tem essa concepção de alguém, não pertence a este mundo. Ainda mais se acredita que fatos caminham para finais felizes (no final tudo dará certo). Não pertence, então, a esse mundo mundano. Está preso em outro lugar qualquer, criado por alguma espécie de dogma.

Irregulares os paralelepípedos, assim como a maneira que as coisas são concebidas e as situações proporcionadas por elas se desenrolam. Assim, sem padrão algum, reviravoltas são possíveis. O ingênuo fato da certeza, aquele que se depara com a incerteza.

Portanto, rotina é mito.

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