17 de fev. de 2012

O inventor de orvalhos

Chovera breve durante a madrugada e, ao acordar, ainda avistou as árvores úmidas. Sentiu alguma saudade e desejou que chovesse durante todo o dia, mas o sol castigou aqueles que andavam pelas ruas e a ele também. Sentira tanto desconforto que desistiu do trabalho e bolou um plano para acabar com as tardes quentes e áridas. "Vai ser sensacional", cochichou com dúvida. "Vai, com certeza!", gritou com ânimo.

Rabiscou papéis, paredes e móveis. "É isso!", disse com dúvida. "É certo", cochichou, expressando certeza. E Costela com as orelhas atentas, ouvindo. 

"Venha, Costela!", "É hora, é hora!". Ele e o cachorrinho embarcaram na banheira. Geringonças ativadas e botões piscando. "É hora!", "Já está tarde!". Era a máquina da chuva. A casa encheu d'água, os móveis boiavam. Costela, agitado, se agarrou ao esfregão e viajou entre os comodos do pequeno apartamento.

Amanheceu, o prédio de 10 andares reluzia d'água. Ele, ao acordar, susurrou aliviado: "Veja, Costela. Muito mais fresco!". O amigo latiu, e foi dar uma volta de esfregão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário