27 de set. de 2009

Sábado, numa hora dessas

    No final de semana quando saimos para relaxar um pouco e sentamos em um banco próximo ao calçadão, pensamos que a partir daquele momento não pensaremos em nada que nos perturbasse mentalmente. Mas lá estava eu, nessa situação, quando viro e me deparo com uma situação muito chata, na minha concepção.                                            
    Estava o cadeirante parado em frente a sorveteria. Ele olhava as pessoas entrarem, olhava as pessoas saírem, observava as pessoas com a liberdade de escolher os sabores que desejassem e se servirem a vontade. Creio que ele realmente queria fazer aquilo também, e poderia de fato, se não houvesse 3 degraus em seu caminho. E então o que fazer? Depender dos outros certamente é a opção mais acessível naquele momento, se ele realmente desejasse sorvete. Assim o cadeirante fez: chamou o funcionário e fez seu pedido; o funcionário encheu o recipiente da maneira que ele pediu. O cadeirante pagou e começou a se deliciar com o sorvete, na frente da sorveteria. Nessas horas eu penso: quando aquele senhor na cadeira de rodas terá a incomparável sensação da satisfação que há em escolher os sabores dos sorvetes com os próprios olhos, pegar as bolas coloridas com as próprias mãos e de enfeitar o recipiente ao seu único e irreprodutível gosto. Tudo seria possível se não existissem aqueles 3 degraus, se houvesse uma bancada no tamanho do cadeirante e espaço suficiente entre as mesas para que ele passasse.
    Oh.. Caro empresário! Meu amigo cadeirante é um consumidor em potencial e assim como ele existem vários outros cadeirantes com famílias que com certeza desejariam ir a uma sorveteria todos juntos, sentando na mesma mesa; todos consumidores em potencial. Parabéns senhor empresário, pela sua idiotice! Se não é possível sensibilizar pela concepção da igualdade, vamos sensibilizar seu bolsinho.

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