31 de jan. de 2010

(35) Entardecer em vermelho

O entardecer surge tímido, angustiado pela cena na casa. Luz vermelha que passa pela janela manchada. Chão ensopado. Substância quente e de cor vívida.
Amar um monstro é fingir ser cego para com atitudes que condenamos, pois o amor supera a tudo. Na verdade, assim que deveria ser. Seria o amor doentio? Enfim, o amor na literatura tudo pode ser. Este é assim.
Corpo sendo arrastado escadas abaixo. Rastros no chão e menina encolhida na parede. Moça, mulher, Bárbara. Chora e cheira o ar fúnebre, dedo na boca como bebê. Cabelos ensopados de suor. Finge não ver mas olha, terá de esquecer pois ama. E para amar tem de imaginá-lo perfeito. Nada de lamentar, ela deseja esse amor. Ele está apenas levando uma caixa para o porão, é água que há no piso.

Revolver no chão.

Corpo sendo arrastado para o porão. Sangue no chão.

Mulher sorrindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário