Cheiro de legumes perfuma o ambiente de chão batido e irregular. Baratas correm para as frestas das barracas de madeira, vasculhando migalhas de alimento no interior dos balcões. Centenas de grãos no chão e algumas frutas perdidas rolando pelo no terreno, graças ao sapateado dos pés dos fregueses.
John perambulava na feira ao lar livre, buscando alguns produtos peculiares que atenderiam o seu apetite singular. Observava o movimento das pessoas e tentava ler suas mentes. Chutava o produto o qual tal pessoa compraria e observava para concluir se estava correto ou não. Conseguiu uma margem de cinquenta por cento de acerto. Ficou satisfeito.
A barata subiu pelo emaranhado de túneis do balcão e alcançou o paraíso alimentício. Na barraca de frutas tropicais, ela petiscou cada sabor, ficou tonta de tanta alegria e morreu ao se deparar com o propietátio. "Pafftt!", e a barata caiu na terra batida, com o corpinho ferido.
John parou perto de um balcão com vários bebidas caseiras. Olhou em volta, lendo os rótulos das garrafas. Eram misturas mirabolantes, ele não imaginava que sabor teria cada uma delas. Olhou em volta, mas agora no sentido contrário. Achou uma mistura de mel de plantas com coca-cola. "Interresante!", cochichou para si mesmo.
O pássaro observava o movimento de cima. Encardido de sujeira e com feridas, o que mais lhe incomodava era a fome. Quase sempre a fome é superior a uma boa limpeza e a um pouco de dor. Então, avistou um pontinho preto. Ainda não estava pisoteada pelos transeuntes. Suculenta e fresquinha estava a barata no chão de terra batida.
O mergulho do pássaro foi visto pelo menino que cuidava da barraca de melancia. Ele olhou, olhou e olhou e não tirou nenhuma conclusão pois um freguês acabara de chegar. Talvez não pensasse em nada se tivesse presenciado o resto da cena.
A barata voou com um bico inserido em suas entranhas.
John viu e tirou muitas conclusãos.
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