25 de fev. de 2010

(40) Os planos de sempre

Ele não se habituou ao novo emprego e logo o largou de qualquer maneira, como se trabalho fosse dispensável. Não gostou das pessoas, do ambiente e principalmente da vista de seu escritório. Pessoas loucas, agraciadas pela própria loucura oferecida pelo ambiente. Desta maneira, a loucura por ali não era opção. Ambiente úmido e triste, deprimente. E uma vista para um valão que definitivamente não perfumava o local de maneira agradável. Mas enfim, loucura para ele não era novidade. Precisava de algo mais excitante, que ajudaria também em seus assassinatos. Então resolveu não fazer nada economicamente rentável. Dedicaria seu tempo exclusivamente para sua arte. Planejaria tudo para não ser apanhado, como se isso fosse algo que não superaria brevemente. Não havia algo melhor do que fazer tudo aquilo. E certamente... certamente não poderia vender suas obras. Por tanto, nada economicamente rentável. Infelizmente.

...


Olhou fixamente para os olhos de Bárbara e encarou-a por exatamente três minutos. Ela parecia estar hipnotizada por aquele olhar meigo e ao mesmo tempo ameaçador. Segurou-a em suas mãos, em um semi abraço desengonçado, sussurrando em sua face algumas palavras.

- Sem trabalho, por enquanto - disse ele.

- Tudo bem, tudo bem - respondeu ela.

Como poderia negar uma vontade de quem ama. Era tão encantador. E era especialmente dela.

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