20 de fev. de 2010

Sóis

E quando o sol acabar a unica força capaz com tamanho calor será seu coração de amante incondicional.

Uma grande mentira.

Ele andou vários quilômetros em busca daquela que a marca deixou em um coração antes enrijecido de tédio. Caiu exatamente a trinta centímetros do alvo. E o coração parou tão fácil como uma vela que cai no oceano.

O sol de seu peito desabou e então ele pode contemplar como era estar preocupação alguma. E esqueceu o motivo que rodeava sua vida.

Acordou assustado e olhou pela janela. Checou o relógio e constatou que eram três da tarde. Olhou pela janela e para o relógio, constatou novamente: não havia sol, nem algo que conhecera. Os passarinhos cessaram o cantarolar e as pessoas andavam cegas pela sua rua. Passou a mão no peito e sentiu-a atravessar seu corpo. Havia um buraco onde o sol haveria de estar. E sem sol e sem amor, ele pereceu deslumbrando pessoas cegas andando na calçada de sua rua.

Mas sempre há outro sol para guiar alguém, sol o qual desaparecerá em breve. Pois eis a regra do amor, dos sóis e das chamas de uma paixão: nada é eterno. No fim, morreremos contemplando pessoas cegas andando na calçada de nossa rua.

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