25 de mar. de 2010

Entre linhas mortíferas

Encontrei-me observando o chão. Olhando deliberadamente para os desenhos em forma de quadrado, retângulo ou algo parecido. Recordei uma brincadeira de infância, a qual consistia em pular de "quadrado em quadrado". E não se podia pisar nas linhas, as quais delimitavam os "quadrados". Eu pensava: se eu pisar na linha significa morte na certa.

Recordando tal brincadeira, conclui que tinha bastante medo de morrer em minha infância. Hoje não sei se deveria ter o mesmo medo, pois tenho algumas idéias desenvolvidas. Como não sei o que vem a pós a morte, porque ter medo? Talvez seja algo muito bom, tão bom que palavras não poderiam descrever. Também pode ser algo demasiadamente ruim, triste e angustiante. Encontraria-me no nada ou na escuridão?

Não tenho medo dessa incerteza, pois sei a morte é irremediável. Tenho medo apenas de deixar saudades nas pessoas que me amam, uma dor que poderia ser evitada se eu não partisse.

Mas certas coisas na vida são irremediáveis e a morte é a mais certa delas. E você convive tanto tempo com a certeza de que um dia, mais cedo ou mais tarde, você partirá, que o medo se torna pó.  

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