31 de mar. de 2010

TIC - tac - SPLASH!

O Sol se jogou entre as montanhas e as nuvens escureceram em breves minutos. Segundos após, círculos inscritos espalharam-se pelas águas do lago. Tic tac, TIC TAC, bém BÉM! O relógio marcou meio dia e, nos milésimos seguintes, a chuva molhou a rosa branca no jardim do Convento cor-de-anil. Uma infortunada pétala foi arremessada no chão pela injuriosa água e, em uma corrente de lama, pedra e desgosto, o belíssimo branco não mais branco permaneceu. De terra foi tingida a pétala que continuara a perambular pelas águas, sinuosas e lamacentas. Então, ela chegou ao ponto de encontro, vulgo lago dos círculos inscritos em movimentos rítmicos. Ora mais rápidos, ora mais lentos, ora tímidos, ora violentos. E o que era branco, que ficou cor-de-terra, que viajou em águas lamacentas, pereceu no fundo do repentino festival. Tudo o que via eram círculos inscritos.

Splash, splash, SPLASH! É o som da queda das nossas pedras, caindo no lago e enterrando a pétala. Nada há de fazer em tempos de tempestade, loucas tempestades de chegada inesperada. Esperançosos, aguardamos o cessar dos maus tempos e, com a rosa em mão, uma belíssima rosa de cor branca em decadência, buscamos a pétala perdida, tão maltratada, deformada e imunda. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário