6 de abr. de 2010

Doze e mil e doze

O vento soprou tão forte que as árvores ficaram em formato de arco. Rios de matéria orgânica circundavam os galhos mergulhados em lama preta. Um mangue no meio da cidade...

Os vidros quebravam com o batucar dos carros nos muros dos condomínios. E tudo o que de valor escondido estava, agora a voar se encontrava. E certamente os ladrões também. Um encontro sem igual.

Seria bom se vivessem o bastante para desfrutar de tudo aquilo.

Tingiu-se de vermelho a água já turva. Carros arremessados em corpos humanos, como um bate-estaca soca a terra.

Previu o fim antes do começo do mesmo. E ninguém ouviu, ninguém tolerou, ninguém parou para ouvir... Agora uma fria lataria massageia seus corpos. Oh! Vingança de povos dizimados.

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