14 de jun. de 2010

Um conto (2)

A força abandonou seus braços. E como as pernas, sucumbiram ao cansaço. Seu crânio latejava de dor, uma mistura de sangue e suor.

- Você falhou, seu tolo - disse o cérebro para si mesmo. Ele queria entregá-lo de bandeja para a criatura.

Sabia que se fosse devorado não haveria mais esperança. Era uma besta caçadora de esperanças. Uma espécie em extinção, porém letal. A essência de toda a sua credulidade seria arrancada do seu corpo - sangue, suor, vísceras: tudo seria desperdiçado.

Por sorte, pouco o separava do penhasco. Contorceu o corpo de maneira a rolar pela terra. E caiu.

- A esperança morre comigo, seu monstro. E tomara que eu caia de cabeça! (risos maquiavélicos)

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