3 de jul. de 2010

Improviso Insensato I

A lua surgiu de cabeça para baixo, e não faz diferença alguma. Seu brilho parecia mais opaco, talvez por toda umidade do ar. Morcegos sobrevoavam as negras copas das árvores, como doidos. Cegos em um mundo de cegos.

Neblina densa ofuscava os seus olhos. Ele sacudiu a mão em um movimento de leque. Não consegiu sucesso algum. Ao longe ouviu gritos. Gritos conhecidos de alguém que já começara a lembrar.

Era um suposto amigo. Em lembranças distantes, lembrou que era um amigo. Os dois reconheceram-se a muito custo, pois parecia que não se viam há algumas décadas. A lua de cabeça para baixo, suas mentes reviradas por uma destruidora confusão. Precisavam de algum tempo para reorganizar suas idéias.

A neblina dissipou-se em meio termo, pode-se observar estradas a uma curta distância. Os dois se entre olharam e pensaram na mesma ação: aproximar e reconhecer os caminhos.

Não eram familiares, nunca haviam visto nada parecido. Eram quatro caminhos. Um pequeno, que se bifurcava em dois; um totalmente escuro, em que nada se via; outro tão claro que doía os olhos ao observar. Acharam incrível. E quando olhavam para trás, viam apenas neblina. Decidiram não enfrentar aquela densa e misteriosa neblina. Escolheram um dos caminhos e partiram.

Influenciados por uma luz de brilho opaco, da lua de cabeça para baixo, escolheram o caminho escuro. Encontraram alguns palitos de fósforo no bolso, e se guiaram com a luz deles. Andaram até o primeiro tropeço, depois andaram novamente. E, pareceu ficar mais escuro a cada paço efetuado.


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