21 de jul. de 2010

Notas do dia 21 de Julho

O fato de que Lívia Corbellari é a única leitora assídua deste blog é quase que uma verdade unânime. Digo quase, pois alguém pode desmentir minha afirmação, e eu sou muito de acreditar nas pessoas. A sugestão da senhorita Corbellari, que encontra-se na postagem anterior, seção comentários, foi muito relevante, e já está efetuada.

Mas, de fato, o primeiro parágrafo foi ladainha para a maioria dos leitores; maioria dos poucos. 

Vejamos o que minha manhã trouxe. Enquanto dirigia-me para a sala de estar, vi a coisa. Vulgo cachorro; cachorra, mais especificamente. Cochilava acalentada pela luz solar, que adentrava pelas enormes janelas de madeira. Parecia morta, mas dormia; as patas dianteiras e traseiras duras, como um defunto gélido. E, ao aproximar-me da coisa, ela abre os olhos encarando-me. E bate o rabo no chão, bate o rabo, bate o rabo; um som como o de alguém tirando a poeira de um tapete velho, batendo-o no chão repetidamente. Era alegria, creio; um soninho gostoso e um conhecido chegando por perto, talvez para um carinho. É só alegria. O chão de cerâmica estava frio, a luz do sol não era insuficiente para esquentá- lo - cerâmica não absorve calor com facilidade. Mas creio que a cadelinha estava quentinha, além de sonolenta e alegre, batendo o rabinho.

Durante a tarde, dei um passeio de ônibus. E no veículo, encaro as pessoas; adivinho certas coisas pelas suas feições, ou finjo adivinhar; talvez eu, tolo, acredite que adivinhe algo. Mas, enfim, chegamos ao passageiro observado. Um rosto melancólico, de certa dor. Talvez exausto por uma manhã trabalhosa, um começo de dia de trabalho. Unhas das mãos e pés parcialmente sujas de tinta, também degradadas, talvez por produtos químicos, e tinta não deixa de ser um. Um pintor, ou trabalhe com gesso ou algo parecido. De fato, o que sei, é que ele estava cansado. E ele me pegava olhando para ele.

- Não é nada! Só tenho que ter algo para escrever no blog hoje! Entende? - teria dito eu, sendo um pouco mais corajoso.

Chegamos à noite, eu voltando para casa. Para (para de parar, não há mais diferenciação) um carro por perto e, ao abrir de suas portas, um cheiro de perfume espalhou-se pelo ar. Um perfume que supus ser caro, pela fragrância desconhecida, extravagante e gostosíssima. Quatro rapazes vestidos à moda do momento saltaram do carro, e este partiu. Por fim, o carro era de uma marca não muito humilde. Inveja alguma, sou lesado com automotores e não faço questão de dirigir um. Investiria tal dinheiro em outras coisas...

Notas do dia concluídas, hora de tomar um café. Lívia Corbellari, obrigado pela atenção, e também vários "vivas" aos esporádicos leitores.

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