13 de out. de 2009

Os Invisíveis

Lá estão todos eles. Andando com os olhos vendados, vendas da ignorância. Andado para lá e para cá entre os invisíveis. Passam longe, automaticamente. Ignoram mãos estendidas, berros, gestos obscenos, sinais incompreensíveis. Apenas ignoram o produto de suas próprias acomodações, seus filhos por direito. Atribuem culpados, os quais nunca serão procurados a fim de se pedir soluções para o incômodo. E os filhos da ignorância proliferam como pragas, enchendo as ruas pouco transitáveis. De vez em quando um morre por um motivo desconhecido, o qual ninguém deseja saber, um a menos seria um a menos para ignorar. Cheira "malcheiroso" o pobre. Cheira "bemcheiroso" o travestido de rico. Pobre rico, que rico não é, o qual vive no mundo em que se é cego para a desgraça de seus semelhantes. Pobre rico, que rico não é, o qual é mais pobre que o próprio pobre. Pobre de espírito, pobre de visão, pobre de solidariedade. O futuro chegou, erguem-se pontes entre os encardidos e os banho-tomado; pontes cada vez mais altas, abismos cada vez maiores. Continentes enfestados de miséria; governos luxuosos, população miserável. Cresce a "mídia" do mostrar o bonito e esconder o feio. E, enfim, lá estão todos eles - andando com os olhos vendados.

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