11 de out. de 2009

Rastros




Correndo na praia e apreciando a música das marés. O Sol quentinho e pássaros voando cá, acolá, por ali e por lá.. Olhando para trás, observando rastros, meus próprios rastros que a maré hei de apagar em breve. Minhas pegadas, desenhadas em alguns segundos, segundos os quais nunca voltarão para que eu possa torná-los uma experiência diferente. Viajar, observar semelhantes e suas vidas, pensar no que eu estaria fazendo se não estivesse por ali. Aqui, o único presente conhecido que não é mais presente quando se pensa que é presente. Um passado eterno, tudo já passou, o presente é uma ilusão? Correndo e escutando a música das marés. Pessoas pescando, pacientes, pois peixe nunca há por lá. Na rua ao lado vidas passando, padaria lotada e vai e vem frenético. E eu lá correndo, talvez sem objetivo algum ou pelo simples fato de correr mesmo. Alguma Mata Atlântica ainda respirando ao meu lado, gritando por socorro, um grito mudo. Grito mudo que só eu pareço escutar, pois pessoas pescando só escutam pesca fresca. E eu lá correndo, correndo contra o sol e contra o vento, correndo contra desesperanças. Cheiro de mar e bafo oriundo da areia quentinha, queria água pois estava com sede, sede de respostas. E o pessoal ainda pescando, haja paciência.

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