24 de nov. de 2009

Olá, religiosidade!

Incomodo-me ao encontrar alguém dormindo na calçada perto de casa, coberto por papelão ou pano velho. Pior ainda é voltar do curso técnico e me deparar com a mesma cena, o indivíduo continua no mesmo lugar, dormindo. Lembro-me de religiosidade. "Ajuda ao próximo pois você estará ajudando a mim". Agora coloque um católico para observar essa cena. Olhará com desprezo, fará cara de nojo e passará pelo individuo com uma distância de vinte metros, alegando que é por segurança (quero deixar claro que não estou generalizando todos os católicos). Cada um acredita no que quiser, mas fico triste por aqueles que fingem seguir preceitos buscados pela sua religião.

Minha mãe me declara como católico. Acredito em Deus mas creio não ser totalmente católico. Naquele dia, naquela noite, eu não ofereci minha casa, minha cama e minha comida para o individuo que dormia no chão duro. Por que temer em dividir? Ele vai me assaltar, me espancar, maltratar meus familiares? Creio que ele estava bastante debilitado demais para isso. Por que não acolhi meu irmão? Falta de coragem? Sim! Falta coragem para quebrar certos preconceitos. Enquanto eu não ajudar aquele homem serei preconceituoso e não me considerarei totalmente católico.

Acredito nos preceitos cristãos e digo: é muito difícil seguir tudo a risca. Tenho esperança de que o ser poderoso lá de cima espera que nós façamos o máximo de nós para o bem de todos aqui em baixo e que fazendo o máximo garantirei uma vaga no paraíso que nos dias de hoje acredito que esteja um tanto que vazio.

No meu ponto de vista, a religião fundamental é o amor. O fato de existir algo tão contagiante, capaz de desorientar minha razão humana, me faz acreditar em uma força maior, um Deus supremo. Na minha opinião, quem explora esse sentimento de maneira benéfica está muito perto do católico ideal. Este não deixaria aquele homem no chão, o pegaria no colo, o acomodaria no carro, levaria para casa, ofereceria o banheiro, a toalha, a escova de dentes, a cama, os lençóis. As consequências desse ato de solidariedade pouco importaria. Confesso que exagerei na frase anterior... Porém, faça o melhor que puder! Deus ficaria feliz... Não ficaria?

Para acabar meu dia, me deparo com outra cena. O morador de rua passa por mim, diz-me coisas as quais não compreendi. Apressa o passo e fica de costas para mim, de maneira que posso avistar nitidamente a mensagem. Leio as palavras em sua camisa: "EU TAMBÉM SOU CIDADÃO". Bem, esse é assunto para outro texto.

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