Aproveitando partes sobressalentes oriundas do chão, pulamos de pedra em pedra rumo ao outro lado do pequeno laguinho. A chuva caindo descaradamente, desde quando não lembro exatamente. Sapatos molhados ou pés enlamaçados - o que importa é chegar ao local de destino pelo menos com roupas pouco molhadas. Desviando de lagoas artificiais - parece chato mais é divertidíssimo. Visão aérea do desfile de guarda-chuvas monocromáticos ou multicromáticos, viajava eu. Aguaceiro sem vergonha - mas, no fundo, eu adoro esse tempinho. Olhar a chuva pela janela traz uma sensação um tanto nostálgica, é bom resgatar certas situações, mesmo que elas não sejam tão agradáveis. Gotículas de chuva indo de encontro às poças de água, formando círculos, quase que perfeitos, inscritos - a dinâmica formal da vida . Em que lugar a restrita fauna deste ambiente se abrigara? Onde realmente abriga o "eu mesmo" neste momento?
Concentração zero por cento. A chuva rouba atenção demais... então bate na portinhola da memória aquelas músicas estranhas, as quais você sente prazer em recordar, mas não sabe o porquê. Então você pensa em seus problemas e percebe que sua vida é uma droga, mas sempre existe o lado bom das coisas. O simples fato de você lembrar que em algum momento de sua curta vida algo fez sentido, faz com que você descubra que a vida é simplesmente é perfeita, não cabe a nós questioná-la - vamos simplesmente deixa-la nos engolir... sim, valeu a pena viver esse dia - nada é por acaso. Há algo sobrenatural reinando por aí...
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