17 de nov. de 2009

É a vida! (18)

O vulcão expelia com toda veracidade o líquido vermelho cintilante. O ar se tornava cada vez mais poluído graças às milhares partículas de cinzas que coloriam o ar antes transparente. Os animais corriam procurando abrigo, atrás descia o rio de magma que não perdoava nenhuma forma de vida no aspecto micro ou macro, fauna ou flora.

Na cidade, com cerca de algumas centenas de habitantes, cartazes gritavam sobre as dezenas de pessoas desaparecidas nos últimos meses. Fora da área de alcance do magma, a cidade sofria apenas com a poluição atmosférica. Hospitais cheios de crianças e idosos os quais sofriam de diversos problemas respiratórios.

- Ligue para a prefeitura e diga que eu recomendo a evacuação da cidade - disse o Médico Chefe.

Numa choupana não muito longe da cidade o Garoto preparava os utensílios para a operação relativamente simples.

- Pelo amor de Deus! Eu não aguento mais... Ande logo com isso! - disse Linda, afobada.

Garoto era médico pediatra formado, mas nunca exercera a profissão. Tinha esse apelido pois sofreu de problemas para crescer, era literalmente anão. Encontrou na dupla John e Linda o que tanto procurava, respeito e realização profissional. Ele era muito bom no que realizava, definitivamente.

Já com outro porão improvisado, John trabalhava desajeitadamente nos seus cadáveres, avesso ao que acontecia do lado de fora.

- John, vai nascer! - berrou Garoto.

Sobe tranquilamente as escadas, nosso amigo serial killer. Rindo como uma criança, não era felicidade. Sua vida era uma grande piada? Talvez ele risse disso.

O magma mudou o curso e simplesmente banhou a cidade com suas águas mortais. O som das casas desabando e de materiais queimando era apreciado da choupana. O rio de lava cercou o casebre, era como se John não pudesse ser destruído, ser dotado de algo divino. Hércules anti-heroí.

Chuva de fogo e ventaval cinza. O apocalipse que plocamava nova vida.

Nasce um bebê bem bonitinho. Linda adorou.

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