12 de jan. de 2010

É a vida! (29)

Amanhecia na cidade e o movimento começava nos lugares mais povoados. John ainda tinha privacidade no ambiente em que se encontrava. Sentado, observando os cadáveres que já começavam a apodrecer. Tinha em sua mão uma língua espetada na faca.

- Boneca.

Olhou em volta para quebrar o clima de necrotério que o rodeava, estava cansado de admirar os corpos esquartejados. Como ele conseguiu fazer isso com uma faca? Só ele mesmo poderia fazer isso.

Encontrou algo atrativo, arte em muros. Desenhos cobriam parte do muro rebocado em cimento. Assinaturas, desenhos de personagens diversos. Gostou da idéia. Quiz experimentar e assim fez. Dos fluidos corporais dos defuntos ele obteve a matéria-prima e de tripas os desenhos ele fez, extraindo as diversas cores de lugares específicos do corpo humano.

Terminou. Admirou e achou tudo perfeitamente perfeito. Ele era o máximo, sua criação idem. Olhou para os corpos, olhou para o desenho e constatou: tudo perfeito.

- Eu não poderia ter feito melhor!

Limpou a faca em um defunto cujas as roupas não estavam tão ensaguentadas. Andou em frente à procura de alguma coisa mais excitante para realizar.

E a manhã cai completamente na cidade. Com seu barulho e sua correria característica. A fome bate na porta e as roupas estavam totalmente vermelhas, seu corpo fedia. Banho e café da manhã. Hummm... parecia-lhe excitante.

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