14 de nov. de 2009

Assasinos!

A formiga andava sobre a casca de árvore apodrecida, desviava das superfícies sobressalentes e dos fungos. Seus sentidos incomuns, porém extremamente eficientes, detectaram a aproximação da grotesca massa humana. A pequenina se abrigou dentro dos canais da madeira que um dia foi árvore. Insucesso. A casca foi arremessada igual bolinha de papel e voou que nem passarinho. A formiguinha escapou por pouco, correu e se deparou com uma chuva que começara a cair alguns minutos antes. Ela sentia a aproximação do perigo e seu corpinho começou a sentir a tensão da possibilidade da morte. Vida curta, morte rápida. Porém, ela não se entregaria tão breve... Lutaria por mais algum tempo de vida. Desviava das poças, das folhas e do chão irregular; sentia algo tentando esmaga-la, mas sem sucesso. Avistou o formigueiro e suas amigas, todas vermelhinhas e miudinhas, correndo em direção ao orifício que dava acesso ao formigueiro. Pobre formiguinha, morreu antes de alcançar as amigas.

Dois dedos esmagaram seu corpinho, agora resumido em uma massa indefinida. Foi devorada por uma boca pequena e banguela.

O bebê foi agarrado pela mãe, a qual correu para dentro da casa com o intuito de abrigar-se da chuva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário