1 de dez. de 2009

Earth? (4)

O céu já não conhecia há anos uma manhã ensolarada, de firmamento límpido e azulado. A natureza que agoniza nas terras devastadas espera o tempo de morrer, entrar em extinção não é opção em tempos caóticos. A pouca terra que ainda respira verde é devastada por guerras violentas, as quais tentam eleger um proprietário para os últimos recursos naturais utilizáveis. Nas ruas não se vê mais cachorros em busca de migalhas do almoço de horas atrás, estes são a fonte de proteína viável no momento - caçados como raridade gastronômica. Canibalismo não é atrocidade, é sobrevivência. O homem se tornou lobo do homem, caçador de sua própria espécie; seja matando para conquistar terras férteis, seja matando para conseguir carcaças humanas extremamente energéticas.

A relação explorador e explorado reina absolutamente normal em tempos de crise. Não há compaixão para com o irmão desprovido de oportunidade financeira. Destruir o planeta com a ganância capitalista não é suficiente para os bem aventurados empreendedores: é necessário usufruir da última gota de energia da escória pobre, herdeira do sofrimento oriundo do capitalismo selvagem - exploração indiscriminada da natureza e do semelhante mais fraco.

A revolta sempre avança quando se há alguém suficientemente idealista na frente de batalha. Grandes pensadores surgem de localidades com excessivo desprestígio humano e financeiro, ou simplesmente migram de 'universidades' para o meio conflituoso, com o intuito de tirar proveito do sofrimento dos outros. Idéias simples, tentadoras e moldadas nas esperanças dos explorados são sempre bem vistas por oportunistas revolucionários.

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